terça-feira, 27 de maio de 2014

Fato que originou o nome da Lei 11340/06

A Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, foi intitulada dessa forma após o fato ocorrido no dia 29 de maio de 1983, em Fortaleza – CE, onde a farmacêutica Maria da Penha Fernandes, enquanto dormia, foi atingida por um tiro de espingarda desferido pelo seu marido, o economista Marco Antônio Heredia Viveiros, colombiano de origem e naturalizado brasileiro. Após uma semana do crime, ao qual o autor quis justificar como um assalto, quando Maria da Penha se banhava recebeu uma descarga elétrica, então a vítima compreendeu o motivo pelo qual o marido somente utilizava o banheiro das filhas.

O Sr. Marco Antônio foi levado a júri em 4 de maio de 1991, quando foi condenado. Contra essa decisão apelou à defesa. Foi acolhido o recurso e o réu submetido a novo julgamento, no dia 15 de março de 1996, quando restou condenado a pena de dez anos e seis meses de prisão. Contudo somente em setembro de 2012, passados 19 anos da prática do crime, foi seu autor finalmente preso.

Este caso acabou chegando à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão da Organização dos Estados americanos (OEA) a qual é sediada em Washington, Estados Unidos. A principal tarefa desta comissão é de analisar as petições apresentadas denunciando violações aos diretos humanos.

No dia 16 de abril de 2001 a Comissão citada publicou o Relatório 54/2001 onde foi realizada uma análise do fato ocorrido e as falhas do Estado Brasileiro. O qual segundo o relatório, o Estado Brasileiro foi ineficaz judicialmente, quanto à impunidade e a impossibilidade de a vítima obter uma reparação. Sendo que isso é confirmado pelo fato de que o culpado só foi preso 19 anos após o ocorrido, e foi posto em liberdade sem cumprir pelo menos 1/3 em regime fechado.


Portanto, o Brasil homenageou a farmacêutica Maria da Penha nomeando a Lei 11.340/2006 como Lei Maria da Penha, a qual mudou fortemente as formas de coibir a violência contra a mulher, além de trazer aspectos inovadores.

Flúvia Mourão e Gerlane Veruska

Nenhum comentário:

Postar um comentário