A
marca ideológica assumida pelo movimento negro no século 20 passam pela esfera
dos direitos civis e sociais e o reconhecimento da cultura afrodescendente,
onde anos 30 ainda estavam com uma pauta integracionista mas chegam aos anos 70
com um discurso de afirmação da identidade
negra. O TEN fundado por Abdias do Nascimento em 1945 foi uma importante
companhia de Teatro que retratava as temáticas negras no Brasil e foi ainda
responsável pelo primeiro Congresso do Negro Brasileiro em 1950.
Em
1960 e 1970 o Brasil sofreu influência de movimentos pelos direitos civis nos
EUA e o processo de independência dos países Africanos. Nos anos 70 Se formaram entidades que buscavam denunciar o racismo e
organizar a comunidades negras como o Grupo Palmares, criado em Porto Alegre em
1971; o Centro de Estudos e Arte Negra (Cecan), aberto em São Paulo em 1972; a
Sociedade de Intercâmbio Brasil-África (Sinba), inaugurada no Rio de Janeiro em
1974, e o Bloco Afro Ilê Aiyê, fundado em Salvador também em 1974 (ALBERTTI, 2008)
Em 1978, nas escadarias do Teatro
Municipal de São Paulo foi realizada uma manifestação contra o preconceito
racial que mais tarde se tornaria o Movimento Negro Unificado (MNU), uma das
entidades do Movimento Negro no Brasil, que tem o objetivo de denunciar,
permanentemente, todo tipo de racismo e organizar a comunidade negra. Tal ato fez nascer muitas organizações em diferentes estados do país e acabou sendo
responsável pela difusão da noção de "movimento negro", que culminou
com a inscrição do nome de Zumbi no livro dos heróis da pátria, em 20 de
novembro de1996 e mais a frente a instituição da data da morte de Zumbi
dos Palmares como o "Dia Nacional da Consciência Negra."( ALBERTTI, 2008)
Como ganhos importantes tivemos em 1988
duas importantes reivindicações do MNU que viraram dois textos constitucionais:
a criminalização do racismo e o reconhecimento da propriedade das terras de
remanescentes de quilombos (ALBERTTI,
2008)
Utilizaram como principais estratégias a ampliação de espaços, tanto na esfera civil quanto estatal,
à medida que promovia a democratização dos das instituições públicas. Desse
movimento surgiram conselhos e secretarias orientadas que pretendem atender as
demandas geradas pelos afro-brasileiros e a pressão social que se impunha. Tais
ações favoreceram a formação de uma militância profissional com experiência em
gestão pública e com pericia dos meandros burocráticos do estado. Assim o
movimento negro começa a ter voz e vez no estado.
As mulheres negras tiveram mais do que um papel simbólico, elas se
faziam assíduas na luta em favor do negro, tanto que na frente negra a maior
parte de integrantes eram mulheres. No inicio do século eram as mulheres que
faziam grande parte do movimento. A cruzada Feminina, mobilizava as mulheres
negras para fazerem trabalhos assistencialistas. As Rosas Negras organizavam
bailes e festivais de arte. Em 1950 criou-se o Conselho Nacional das Mulheres
Negras. A importância das mulheres negras foi percebida nas ações e
intervenções nas concepções politicas, como na Conferencia de Beijing,
necessárias ao desenvolvimento de programas voltados para a mulher negra.
(GPPGR,2010)
Já no século 21 –embora não seja o foco desta questão- a III Conferencia
Mundial contra o racismo foi marcada por grande número de mulheres Negras,
ocupando posição relevante na condução do processo com sensibilidade as
questões d eraça, gênero ,etnia, credo religioso e condições socioeconômicas.
Com o apoio da UNIFEM foi formada uma articulação de Mulheres Negras
Brasileiras que visam fortalecer e monitorar os compromissos firmados em Durban
em 2001.
Luciana Menezes
Referencia Bibliográfica
ALBERTTI,
Verena. Pesquisando o movimento negro no Brasil. São Paulo: 2008. Disponível em: http://maniadehistoria.wordpress.com/pesquisando-o-movimento-negro-no-brasil/
GESTÃO de politica Spúblicas
em Genero e Raça/GPP-GER modulo III/Orgs. Maria Luiza Heilbom, Leila Araújo,
Andréia Barreto.-Rio de Janeiro:CEPESC; Brasilia: Secretaria de Politicas para
Mulheres,2010.
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