sexta-feira, 11 de julho de 2014

BREVE HISTÓRICO DOS MOVIMENTOS NEGROS NO BRASIL

A marca ideológica assumida pelo movimento negro no século 20 passam pela esfera dos direitos civis e sociais e o reconhecimento da cultura afrodescendente, onde anos 30 ainda estavam com uma pauta integracionista mas chegam aos anos 70 com um discurso de afirmação da identidade  negra. O TEN fundado por Abdias do Nascimento em 1945 foi uma importante companhia de Teatro que retratava as temáticas negras no Brasil e foi ainda responsável pelo primeiro Congresso do Negro Brasileiro em 1950.

Em 1960 e 1970 o Brasil sofreu influência de movimentos pelos direitos civis nos EUA e o processo de independência dos países Africanos. Nos anos 70 Se formaram entidades que buscavam denunciar o racismo e organizar a comunidades negras como o Grupo Palmares, criado em Porto Alegre em 1971; o Centro de Estudos e Arte Negra (Cecan), aberto em São Paulo em 1972; a Sociedade de Intercâmbio Brasil-África (Sinba), inaugurada no Rio de Janeiro em 1974, e o Bloco Afro Ilê Aiyê, fundado em Salvador também em 1974 (ALBERTTI, 2008)

Em 1978, nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo foi realizada uma manifestação contra o preconceito racial que mais tarde se tornaria o Movimento Negro Unificado (MNU), uma das entidades do Movimento Negro no Brasil, que tem o objetivo de denunciar, permanentemente, todo tipo de racismo e organizar a comunidade negra.  Tal ato fez nascer muitas organizações em diferentes estados do país e acabou sendo responsável pela difusão da noção de "movimento negro", que culminou com a inscrição do nome de Zumbi no livro dos heróis da pátria, em 20 de novembro de1996 e mais a frente a instituição da data da morte de Zumbi dos Palmares como o "Dia Nacional da Consciência Negra."( ALBERTTI, 2008)
Como ganhos importantes tivemos em 1988 duas importantes reivindicações do MNU que viraram dois textos constitucionais: a criminalização do racismo e o reconhecimento da propriedade das terras de remanescentes de quilombos (ALBERTTI, 2008)

Utilizaram como principais estratégias a ampliação de espaços, tanto na esfera civil quanto estatal, à medida que promovia a democratização dos das instituições públicas. Desse movimento surgiram conselhos e secretarias orientadas que pretendem atender as demandas geradas pelos afro-brasileiros e a pressão social que se impunha. Tais ações favoreceram a formação de uma militância profissional com experiência em gestão pública e com pericia dos meandros burocráticos do estado. Assim o movimento negro começa a ter voz e vez no estado.

As mulheres negras tiveram mais do que um papel simbólico, elas se faziam assíduas na luta em favor do negro, tanto que na frente negra a maior parte de integrantes eram mulheres. No inicio do século eram as mulheres que faziam grande parte do movimento. A cruzada Feminina, mobilizava as mulheres negras para fazerem trabalhos assistencialistas. As Rosas Negras organizavam bailes e festivais de arte. Em 1950 criou-se o Conselho Nacional das Mulheres Negras. A importância das mulheres negras foi percebida nas ações e intervenções nas concepções politicas, como na Conferencia de Beijing, necessárias ao desenvolvimento de programas voltados para a mulher negra. (GPPGR,2010)

Já no século 21 –embora não seja o foco desta questão- a III Conferencia Mundial contra o racismo foi marcada por grande número de mulheres Negras, ocupando posição relevante na condução do processo com sensibilidade as questões d eraça, gênero ,etnia, credo religioso e condições socioeconômicas.
Com o apoio da UNIFEM foi formada uma articulação de Mulheres Negras Brasileiras que visam fortalecer e monitorar os compromissos firmados em Durban em 2001.


                                                                                     Luciana Menezes


Referencia Bibliográfica

ALBERTTI, Verena. Pesquisando o movimento negro no Brasil. São Paulo: 2008. Disponível em: http://maniadehistoria.wordpress.com/pesquisando-o-movimento-negro-no-brasil/

GESTÃO de politica Spúblicas em Genero e Raça/GPP-GER modulo III/Orgs. Maria Luiza Heilbom, Leila Araújo, Andréia Barreto.-Rio de Janeiro:CEPESC; Brasilia: Secretaria de Politicas para Mulheres,2010.

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