Em relação aos movimentos sociais negros, destacamos, inicialmente, as consequências vivenciadas a partir da promulgação da Lei Áurea, em 1988 quando esta medida política trouxe a mudança do status de “escravizado/a para cidadão/ã”, emergindo assim um impasse racial e na luta pela aceitação da miscigenação do povo brasileiro.
Sendo que o conceito de raça surgiu primeiramente no século XVI e era utilizado para identificar um grupo ou categoria de pessoas conectadas por uma origem comum. Já do século XVIII para XIX, raça tomou contornos mais biológicos, onde pessoas brancas eram vistas como biológica, moral e intelectualmente superiores aos demais. A partir disto, não havia liberdade individual dentro das premissas raciais. Tendo, portanto, uma espécie de futuro degenerado para a nação devido à composição racial de nossa população.
Naquela época a solução encontrada para a questão de “futuro degenerado” do país foi o “embranquecimento”, ou seja, o maior ingresso de imigrantes europeus para depurar e salvar o país.
A partir do Estado Novo, destacamos os movimentos modernistas, com destaque para o paulista, onde através de seus intelectuais, propunham, a partir da influência do movimento modernista europeu, que artistas olhassem para elementos nacionais e populares, como base para a produção artística em suas diversas vertentes, deixando de lado elementos estranhos a culturas locais em suas representações estéticas.
Já entre os anos 30 e 40, elementos culturais negros foram interpretados como símbolos da nação brasileira numa espécie de negociação cultural entre elite e povo, sendo a partir disto, a capoeira, o samba e a feijoada, antes vistos como manifestações culturais inferiores, passaram a representar o que haveria de mais brasileiro.
Destacamos como uma das organizações políticas mais importantes a Frente Negra Brasileira (FNB), surgida em São Paulo e que possuiu filiais em outras capitais do país. Tais ativistas realizaram denúncias acerca da situação vivenciada pela população negra, a qual não havia recebido qualquer tipo de auxílio do estado Brasileiro no pós-abolição e da preterição no mercado de trabalho ante a preferência de europeus/peias.
Podemos destacar também os estudos da Unesco no que se refere a classe e cor e seus preconceitos, dando destaque para “O negro no Rio de Janeiro”; “Preconceito de Raça” e “Relações Raciais entre Brancos e Negros em São Paulo”. Posteriormente, nos anos 80 e 90, damos destaque ao crescente interesse de antropólogos/as e sociólogos/as pelo sistema de classificação racial brasileiro.
Flúvia e Gerlane.
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